Buscar alternativas para melhorar as condições e a fertilidade do solo cultivado com cana-de-açúcar é um desafios enfrentados pelos cientistas e produtores. Uma das alternativas é aproveitar os momentos de renovação dos canaviais para o cultivo de outras espécies vegetais, que possam contribuir com isso.
A crotalária é uma planta leguminosa de rápido crescimento, que tem sido utilizada para adubação verde e por apresentar excelência no controle dos nematóides do solo (pequenas larvas que atacam as plantas) e na fixação biológica de nitrogênio, reduzindo a necessidade de aplicação de fertilizantes nitrogenados. A grande produção de massa verde faz da crotalária excelente planta para cobertura do solo, para produção de matéria orgânica e para o controle natural das plantas daninhas.
Na renovação dos canaviais, que ocorre a cada quatro ou cinco anos, a crotalária pode ser cultivada entre os meses de outubro a março, quando o solo não está ocupado com a cana-de-açúcar, beneficiando o canavial que será posteriormente replantado.
Esse assunto foi destaque no curso intitulado “Crotalárias: Melhorias no ambiente de produção da cana-de-açúcar”, que aconteceu no dia 11 de dezembro, na Agrícola Nova América, em Caarapó. A parceria entre Embrapa Agropecuária Oeste e a Biosul, com o apoio da Agrícola Nova América viabilizou a realização do curso, que contou com a participação de cerca de 25 pessoas diretamente ligadas ao setor sulcroenergético de Mato Grosso do Sul.
Durante o curso, que contou com aulas teóricas e práticas, foram apresentadas informações sobre a forma correta de cultivo e manejo desse importante adubo verde. Participaram das atividades os pesquisadores da Embrapa Agropecuária Oeste: César José da Silva, Rodrigo Arroyo Garcia, Germani Concenço e Guilherme Lafourcade Asmus.
Conforme explica o pesquisador César José da Silva, coordenador desse projeto de pesquisa, “a crotalária apresenta bons resultados financeiros, tem ótima produção de massa e pode ser cultivada numa época em que as lavouras das usinas estão ociosas, o que faz dessa espécie uma alternativa viável para a melhoria das condições de conservação do solo”. Segundo ele, o cultivo de crotalária contribui com a recuperação e desenvolvimento das lavouras, ampliando a produtividade, por meio do enriquecimento do solo.
Programação – No curso, que terá continuidade em outras etapas durante 2015, foram apresentadas as características das três espécies mais comuns de crotalária: ochroleuca, juncea e spectabilis. “Falamos sobre a importância da qualidade de semente, critérios e formas de realizar a regulagem de máquinas, inclusive com atividade prática, controle de plantas daninhas e de nematóides fitopatogênicos pela crotalária”, explicou o pesquisador Rodrigo Arroyo.
Fonte: Embrapa